E se uma andorinha fizer a primavera?

   

Written by:

Não sei se vos é familiar a sensação de acordar com um pensamento? Acontece-me com alguma frequência, normalmente deixo-o ocupar a parte do cérebro que não está a coordenar o espreguiçar. Se for um pensamento que me entusiasma, normalmente reaparece ao longo do dia. Como se cada estímulo estivesse envolto no raciocínio que sustém o pensamento matutino.

Há uns dias pensei: e se por uma andorinha acabar a primavera? Navego nesta inquietude, acolhendo o conceito que Aristóteles pretendia transmitir: a parte não faz o todo.

Só que há vezes em que a parte ocupa muito lugar, tanto que nos parece o todo.

Um desamor é um emaranhado de perguntas; um luto é perder uma parte de nós, um trabalho pode ser um propósito; um casaco é um lugar; uma andorinha é música.

Se momentaneamente acabar a primavera, que mal fará, esse escuro temporário? Sobretudo quando sabemos que outras estações lhe sucedem.

Deixo-vos a playlist mensal, dancemos as andorinhas que não conseguimos avistar.

https://open.spotify.com/embed/playlist/3LDVFjqzhfZarx9MdScXsH?utm_source=generator

Deixe um comentário