Há quem lhe chame teimosia, inflexibilidade, casmurrice, arrogância. A verdade é que existe uma explicação para o facto de pensarmos que temos razão mesmo quando não a temos.
A razão tem um nome: viés cognitivo (ou tendência cognitiva), ou seja, a forma distorcida que temos de ver uma determinada situação. Esta distorção perceptual faz com que vejamos os acontecimentos através das “nossas lentes”, provocando um julgamento irracional, tendencioso, enviesado e pouco lógico.
Principalmente se estivermos a falar do viés da confirmação, do viés da auto-conveniência e viés da retrospectiva.
Através do viés de confirmação, a nossa mente procura informação que confirme as nossas concepções ou crenças pré-existentes, usando a percepção selectiva que serve para rejeitar toda a informação que contrarie o viés. O viés de auto-conveniência procura toda a informação que reforce a nossa auto-estima, ou seja, faz-nos acreditar que todos os sucessos se devem a nós próprios e os fracassos são causados por factores externos. Por fim, o viés de retrospectiva ajuda-nos a avaliar as nossas experiências, com base nos resultados das mesmas, o que nos dá a sensação que prevemos o que vai acontecer, mesmo que não o tenhamos feito.
Agora que já tomamos consciência do porquê dessa dificuldade, podemos ficar mais atentos ao que está a enviesar o nosso pensamento, de forma a podermos ouvir o outro e quem sabe até lhe dar razão.
Ou pode ser que ambos estejam correctos!
Abraço
Raquel Santos, Psicóloga & Consultora
Não imaginava que pudesse existir uma explicação científica para a nossa “mania de ter sempre razão”! Afinal a culpa é do viés! 😀
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É verdade, a culpa é do viés! 🙂 🙂
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Confesso que tive que ler a segunda vez… fiquei baralhada com tantos viés! 😆😆
E estamos sempre a aprender.
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🙂 🙂 e estes são só alguns, existem mais uns quantos. Beijinhos
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Ao ler cada descrição, não pude deixar de associar com várias “discussões de internet”. A intermediação da tela limita o exercício da empatia com o outro e acabamos mais vulneráveis ao apelo dos vieses.
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Adorei a reflexão, sem dúvida que o ecrã/tela atrapalha a empatia e potencia o discurso “eu é que sei”.
Obrigada pela partilha deste pensamento.
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