A minha avó já fazia mindfulness

Se há lembranças doces são as que construímos com os avós.

A minha avó era ternurenta, tinha um sorriso e pele de menina, falava alto quando se entusiasmava e murmurava quando se sentia triste.

A minha avó era divertida, tinha paciência, fazia sempre a comida que eu queria e deixava-me podar as rosas.

A minha avó era traquinas, trazia no peito alegrias, mas também o pesar da vida.

A minha avó era tão simples que me ensinou uma das coisas mais poderosas da minha vida: a contemplação!

Todos os dias ao final da tarde, enquanto o jantar se fazia a minha avó sentava-se no alpendre, e durante muito tempo ficava a olhar o horizonte, a fixar os tons laranjas e rosas nos dias de verão, ou a fitar a chuva que caía nos montes no dias de inverno.

Durante aquele tempo não dizia nada, ficava apenas ali a olhar. Eu não percebia muito bem o que era aquele momento, mas fazia o mesmo.

Ao fim dum tempo descruzava as mãos e apoiava-as nos braços da cadeira e dizia: Raqueli, vá vamos a jantar!

Recordo-te com saudade e doçura, na certeza que quero um dia ser uma avó como tu!

Abraço

Raquel Santos, Psicóloga & Consultora

6 Replies to “A minha avó já fazia mindfulness”

  1. Fez-me lembrar a minha avó. Era tudo isso que eu sentia. Era assim que a minha avó se sentava no alpendre e ficava alo a contemplar a vida. Obrigada por me trazer estas recordações tão bonitas.

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