Este fim de semana tive momentos tão bons, daqueles em que ficamos apenas no presente, em que a conversa é boa, que as gargalhadas são genuínas e os silêncios confortáveis, de tal forma que ninguém se lembrou de puxar daquele aparelho rectangular, que nos suga a vida e atenção do que realmente é o mundo, para tirar uma fotografia. E tudo isto fez tanto sentido porque tinha começado o fim de semana a pensar precisamente em como posso humanizar mais o mundo em que vivo.
Ainda não tinha tido oportunidade de ver o filme Capitão Fantástico, era sexta-feira, apetecia-me ficar por casa, queria ver um filme. Tenho um fraquinho por um tipo de filmes: aqueles que me fazem questionar tudo o que tinha pensado até então.
O Capitão Fantástico fez-me sentir, que não há esperança na humanidade e ao mesmo tempo que ainda há esperança na humanidade.
Para quem já viu o filme, estou certa que sentiu o mesmo. Fiquei horas a divagar em pensamentos e em conversas sobre a forma como estamos a educar as crianças.
É aflitivo perceber que se por um lado as educamos da forma com a sociedade nos pede, estamos a criar crianças viciadas em tecnologia, sem capacidade criativa, com pensamento crítico débil. Por outro lado se as educamos de forma mais conscienciosa, poderemos colocá-las numa posição em que não se sentem integradas face à maioria das outras crianças. E agora? Sim entre o 8 e o 80 existem muitas possibilidades e para bem do mundo precisamos explorá-las.
Não nos podemos desresponsabilizar, sim há alternativas de música, sim há alternativas aos programas de tv, sim há alternativas de escolas, sim há alternativas de livros, sim há alternativas de jogos, sim há alternativas de comunicação.
E sim as crianças aprendem pelo exemplo, por isso seja um exemplo poderoso!
Abraço
Raquel Ferreira Santos, Psicóloga & Consultora
Verdade.
Eu tento evitar ao máximo que o meu filho recorra às tecnologias quando se quer distrair mas quando paro para pensar a fundo no assunto temo que seja exagerada. Ele vai fazer 8 anos e não sabe mexer no computador; aprendeu a jogar playstation há uns meses mas só lhe toca quando o pai está para jogarem os dois (mesmo que ele quisesse nem a sabe ligar); não tem telemóvel nem tablet .
Tenho amigas que dizem que os filhos jogam playstation desde os 4 anos (ligam, desligam, jogam e mudam jogos sozinhos); tenho primos que metem os filhos a jogar no tablet ou no telemóvel desde os 3 anos (horas a fio) e até instalam jogos sozinhos!! Vejo imensos miúdos da idade dele com telemóveis na mão…
Tudo isto me faz imensa confusão mas às vezes também tenho receio que o meu filho se sinta “atrasado” em relação aos outros miúdos.
Será que sou eu que sou ditadora?
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