Sou defensora irredutível das diferenças, sou ainda mais irredutível no que diz respeito à celebração dessas diferenças.
Quando alguém perguntava à minha mãe a quem eu saía ou com quem me parecia, ela respondia sempre: sai a ela própria, parece-se com ela própria. E embora a genética tenha um papel muito marcado nas semelhanças físicas que tenho com ela e muita gente me diga que sou uma fotocópia, a verdade é que desde cedo me fez entender que eu sou única e que assim me devia manter.
Com pequenos atos e simples atitudes a minha mãe educou-me de forma a ver as diferenças e a aprender a celebrá-las.
Aos 10 anos de idade, aprendi a escrever em braile. Porquê? Por saber que as diferenças são para ser celebradas. O meu vizinho, exímio pianista, com uma cultura abrangente, genuinamente simpático e cego, fez com que me interessasse em saber mais sobre como seria viver sem ver. E assim desde esse dia em que me manifestei o meu interesse em querer saber mais e nos sábados seguintes a esse dia, ia com os meus pais ter com ele ao café aprender braile e tantas outras lições de vida, a mais importante foi: ele via muito mais do que a maioria das pessoas.
Apercebi-me hoje, que essa foi a primeira vez que me interessei genuinamente pelo que era fora do comum. Sinto-me sempre atraída por pessoas que não se importam de assumir as suas diferenças, que vivem as suas características como bênção, que as assumem com orgulho desmedido.
O mundo precisa de cada um de nós, com toda a unicidade que nos é permitida.
Abraço
Raquel Santos, Psicóloga & Consultora
Bom dia. Finalmente vemos un poquito de tu hermoso rostro aunque misteriosamente tapado por ese pelo imposiblemente negro. Un beijinho. Ciao!
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