Fiquei num impasse, este era o momento de insistir ou de desistir?
Julgo que todos já nos sentimos assim, sem saber se já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance ou se ainda dá para tentarmos mais um pouco.
Ficamos presos a expectativas, ideias, convicções que tínhamos sobre aquele projecto, aquele trabalho, aquela relação. O nosso ego não quer admitir que algo falhou, enquanto que o nosso super-ego nos acautela e nos prepara para o fim.
O facto curioso é que o nosso cérebro armazena as experiências recentes de sucesso e de fracasso. No entanto quando se trata de algo bem sucedido, há uma melhoria no processamento neuronal no desempenho da próxima tarefa. Nesse momento há uma libertação de dopamina, que activa a sensação de prazer e envia sinais para que a acção na qual tivemos sucesso venha a ser repetida.
Talvez por isso a tendência seja desistir quando começamos a ser mal sucedidos em algo.
No entanto, costumo dizer que insistir só por casmurrice também não é produtivo. Sábios os mais velhos que nos diziam que o caminho do meio é sempre o melhor.
É preciso desenvolver a consciência do que é equilíbrio. Lutar pelo que queremos, correr atrás de objectivos, superar obstáculos. Sem nos perdermos de nós próprios, sem entrar em relações tóxicas, sem permitirmos que abusem da nossa vontade, sem ceder a pressões, sem nos prejudicarmos, sem colocar a nossa saúde em causa.
Não existem fórmulas mágicas que nos façam predizer que chegou o momento de desistir.
Gosto de pensar que no fundo, se ficarmos em silêncio, alheios das opiniões do outros, seguindo o nosso instinto, a nossa verdade, chegaremos facilmente à conclusão se é para desistir ou para insistir.
Há uma pergunta que ajuda:
– No fim valerá a pena?
(Não vale responder com a frase do poeta)
Abraço
Raquel Santos
Psicóloga | Consultora
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