Lá fora os primeiros raios de sol do dia, entravam pelas janelas altas. Depois de tantos dias seguidos o calor que entrava pelos vidros, em contraste com o frio que vinha do chão e sentia nos pés, trazia-me uma estranha sensação. Como se metade de mim se sentisse feliz e a outra metade ainda desconfortável.
Espreguicei-me, olhei para a rua por entre as portadas e bebi um copo de água, abri o frigorífico para fazer o pequeno-almoço.
Respiro fundo, na expectativa que a cada expiração me sentisse mais leve, menos angustiada. Não conseguia atribuir nenhuma causa a essa sensação, ou pelos menos não queria admitir que o mau estar, era provocado por um afastamento progressivo da pessoa que devia ser a mais próxima… eu mesma!
Foi nesse momento que me lembrei que uma forma de estar perto de mim, era através da cozinha.
Espreitei a dispensa para perceber o que havia, levei as mãos à cintura e depois cocei a cabeça, como se isso me fosse trazer clarividência.
Cozinhei tudo com amor, deixei a música em pano de fundo, perdi-me em pensamentos e encontrei bocadinhos de mim que andavam perdidos.
Depois, pus a mesa de frente para a mesma janela! Sorri e pensei se o vazio que sentia era fome, ou se ao cozinhar me tinha conseguido encontrar.
Receita:
1 lata feijão preto
2 dentes de alho
1 colher de sopa de cominhos
1 colher de chá de pimenta cayenne
3 colheres de sopa de aveia
1 fio de azeite
Bater tudo no liquidificador e moldar. Depois levar ao forno por uns 10 min a 180ºC
Para acompanhar fiz estas batatas:
2 batatas médias por pessoa
Azeite
sal
oregãos
Cortar as batatas aos quadrados, regar com azeite, temperar com sal e oregãos e levar ao forno a 150ºC durante 30/40 min. Ir mexendo a meio.
E a fotografia?
Foi em alzejur, num restaurante. Chovia muito, entrei devagarinho, a sala era pequena e acolhedora, sentei-me numa mesa de frente para a janela. Cruzei os braços enquanto lia o menu, assim que vi que tinham hambúrguer de feijão, encostei-me na cadeira e respirei fundo, sabia que aquele prato era o que me bastava. Nesse dia não precisei de cozinhar, porque sabia bem onde me encontrar!
Gostei desse “acordar” e da forma como o descreveste. É bom saber onde nos podemos encontrar 😊
E a fotografia… apetitosa!
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Sabe sempre tão bem ler comentários assim! Um bein
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Sabe sempre tão bem ler comentários assim. Um beijo
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