O calor do teu abraço distancia-se cada vez mais. Faz-me lembrar os últimos dias de verão, em que ainda se sente o calor do Sol no corpo, mas as noites estão mais frias. Assim estão as minhas noites sem ti. Salva-me saber que o outono traz consigo agasalhos que me permitem encontrar conforto na tua ausência. Talvez até passe a gostar de castanhas, só para sentir as mãos aquecidas pelo cartucho de papel, para fechar os olhos e pensar que são as tuas mãos que aquecem as minhas, enquanto sussurras: «dá-me as tuas mãos» e as envolves nas tuas e lhes sopras devagarinho. Salva-me o inverno, os aquecedores, as lareiras, os livros, os dois pares de meias e eu saber que na primavera estás de volta.
Sinto o cheiro a café, aquele que tu gostas de beber à janela todas as manhãs. Recordo as nossas manhãs apressadas, em que ando de um lado para o outro para ver se não me esqueço de nada. Em todas elas, paro, olho para ti, vejo-te de perfil, perfeitamente enquadrado nas janelas, as folhas das árvores balanceiam-se lá fora e a tua mão segura firmemente a chávena. Na minha cabeça o tempo pára enquanto te contemplo. Fazes-me voltar ao mundo com a tua voz doce. Perguntas-me: «queres que te tire um café?»
Emocionante!
GostarLiked by 2 people
Obrigada Alda. Beijinhos
GostarLiked by 1 person
😘
GostarLiked by 1 person
– Amor, para que te quero?! Para regressar a casa ❤
Amei, Raquelzita.
GostarLiked by 1 person
Adorei o comentário! Amar é sem dúvida estar em casa!
GostarGostar