Correu tão velozmente que se assustou, nunca pensou que aquela velocidade fizesse parte dela. Parecia que estava decidida a vencer e que aquela corrida a ia levar à meta que sempre quis atingir. Mas ao mesmo tempo estava tão leve, tão rápida que de repente começou a ponderar se estaria a voar!
Ela sabia que não, mas a ideia de isso ser possível encheu-lhe o coração com uma força tremenda e com uma liberdade inatingível. Era assim que ela se queria sentir todos os dias da sua vida. Com a leveza de uma pena, a determinação de cada passo que dava, com a força com que cada pé batia no chão, queria manter a mesma sensação de desapego com que levava os braços abertos.
Naquele momento não havia passado, nem futuro, nem medos, nem mágoas, nem erros, nem desassossegos, só havia o presente, a descoberta, o querer ir, a vida, a vontade, a determinação…
Só havia a criança que nela habitava, já tímida, mas mortinha para se fazer ver… Ela sentiu que lhe devia um abraço profundo e a promessa de cuidar daquele olhar ternurento e matreiro, e comprometeu-se a chamá-la todos os dias, para que juntas corressem o mundo.
Poesia em prosa! Muito bom ,muito tocante e tão verdadeiro! Beijinhos cheios de ternura querida Raquel ! Não percas a menina que habita em ti.
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Obrigada Beatriz. Vou olhar por ela sempre. Um beijinho cheio de amor!!!
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