Tropecei nesta música, na versão interpretada pela Maria Gadú, na semana passada quando estava a fazer a minha caminhada matinal. Fiquei presa neste verso e tive de voltar para trás para o ouvir mais duas vezes. Quando digo que fiquei presa, quero dizer que a pele se arrepiou, que os olhos se encheram de lágrimas, o coração contraiu-se e senti: é isso mesmo!
“Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar para todo o mundo
Que eu não precisava provar nada para ninguém”
Como sabia que ia querer escrever sobre isto, fui ver o nome da música. Descobri que se chama: quase sem querer! Coincidências ou nem por isso, afinal atraímos aquilo em que vibramos!
Posso dizer-vos que viver para provar algo a alguém ou a nós próprios, pode ser a sentença de morte para a felicidade. Viver apegado à ideia de que necessitamos da aprovação ou do reconhecimento do outro, leva-nos na maioria das vezes a afastarmo-nos do que somos para que comecemos a viver colados à imagem do que os outros esperam de nós. “Se eu for mais extrovertido talvez gostem mais de mim”, “se eu não der a minha opinião talvez me convidem para assumir um cargo superior”, “se eu fingir que gosto de fazer ski talvez possa pertencer aquele grupo”, “se eu abdicar do que gosto, talvez esta pessoa reconheça o esforço que fiz por ela” e por aí a diante.
A felicidade está no lado oposto. Permitirmo-nos ser exactamente o que somos, vai fazer que com que quem esteja por perto goste realmente de nós, em vez do que gostaria que fossemos.
Querer ser outra pessoa é como colocar um hadware incompatível com o software.
Por isso fiquem atentos, sigam o vosso coração, dêem a vossa opinião, sejam honestos e acima de tudo felizes.
Abraço
Raquel Ferreira Santos
Psicóloga & Consultora
Que bacana, você ouve música brasileira! E, olha, que esta é de muito bom gosto. Quanto a provar para todo mundo que que não temos que provar nada para ninguém. Bem, a prova não prova nada, mas, mesmo a sociedade, exige-a, pelo menos, por aqui, no Brasil. Abraço e parabéns pelo gosto musical.
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Caetano Veloso é uma das minhas maiores influências musicais. É verdade a sociedade exige isso. todos somos sociedade, se cada um for percebendo que é melhor não provar nada e ser ele próprio, vamos construindo uma sociedade melhor! Abraço e obrigada pelas suas reflexões.
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Sua preferência musical no Brasil realmente é seleta. Você apenas curti ou também canta, toca algum instrumento?
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